“Eu sei que você sente falta dele. Sei que você sente falta do jeito que ele te chamava, dos apelidos carinhosos destinados apenas a sua pessoa. Sei também que você sente falta das mãos dele, a propósito maiores que as suas, que insistiam em segurá-las em lugares públicos para dar a ideia de que “Ele é meu”. Sei que você sente falta dos casacos dele que te protegiam do frio, já que eram maiores que seu corpo. Sei que sente falta do cheiro dele também, e que já se pegou sentindo aquele perfume do nada, parece coisa de cinema, mas você já sentiu, admita. Sei que você sente falta da maneira como ele notava que estava mal, e da maneira que se importava até quando você dizia estar tudo bem. Sei que sente falta até de suas discussões, que mesmo nas piores, eram encerradas com um beijo vindo de ambas as partes. Sei que sente falta de ouvir a música de vocês, e sente porque é incapaz de ouvir de novo por não se sentir preparada para lembrar dele. Mas querendo ou não, você lembra dele não é? Você fica dispersa na sala de aula escrevendo o nome dele nas bordas das folhas dos seus cadernos, não é ? Eu sei que você pode viver sem ele, mas simplesmente não quer, não é? Você ainda o ama. Se não amasse, a voz, o jeito, o cheiro e o toque dele não passariam pela sua cabeça enquanto digo todas essas coisas, já que eu simplesmente não citei nome de ninguém […] ”
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